segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Em uma esquina qualquer...



- Helena... Você por aqui minha jovem.
- Olá Renato... Quanto tempo, não?
- Sim, moça. Pois então, como está a vida?
- Estou levando. E a sua?
- Está boa. Percebi que continua uma mulher de poucas palavras...
- Foi a vida... As pessoas se cansaram de mim doce, então me tornei amarga.
Ela acende um cigarro
- Largue disso, Helena, há quanto tempo tem este hábito desprezível?
- Desde o dia que você foi embora.
- Quanto clichê, Helena... sempre esperei mais de você. Realmente a vida está lhe cobrando muito para estar virada em cacos.
- Ah meu caro, se você soubesse o que eu passei estes anos todos sem ti, não cobraria tanto de minha pessoa.
- Rainha do drama. Vejo que nada mudou desde o nosso término. Quanta infantilidade, Helena. Quanta infantilidade...
- Era isso? Pois bem, tenho uma vida a conduzir, adeus.
- Espere Helena... Não quer tomar um cafezinho? Conheço um lugar ótimo, fica a duas quadras daqui.
- Tudo bem... Mas rápido. Logo tenho que trabalhar.
- Trabalhar? A filhinha de papai tomou um jeito na vida? Fico feliz.
- Ah Renato, digo mais uma vez. Você não sabe o que eu passei estes anos todos sem você.
Eles chegam a um barzinho calmo.
- Pois bem, este é o lugar espero que goste.
- Que coisinha mais aconchegante... adorei.
- Então, tem algo mais para me contar?
- Me casei.
- O que... Digo, como quem?
- Com o Roberto, lembra? Nosso colega de faculdade.
- Ah sim, moço de sorte ele.
- Obrigada.
O garçom chega
- Vou querer um café bem forte.
- O mesmo para mim.
- Café Helena? Quantas surpresas, você nunca foi de beber líquidos quentes.
- Ah, foi o Roberto. Ele me induziu a fazer várias coisas novas.
- Ele te induziu a fumar?
- Sim, mas um cigarro ou outro não faz mal a ninguém.
O garçom chega com as bebidas.
- Ah Helena você não sabe o mal que isso te faz.
- Não é nada comparado com o que você me fez.
- Drama novamente?
- É só a vida falando por mim.
- Ah menina, beba logo este café antes que esfrie.
- Já esfriou.
- O café?
- A vida.

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